Continuação
do post anterior.
2.
A conversão de não-judeus ao judaísmo.
Durante seus anos de exílio na Babilônia, os judeus foram usados
por Deus a fim de torná-Lo conhecido entre os babilônios. O livro
de Daniel no Antigo Testamento, por exemplo, registra como o rei
Nabucodonosor testificou do poder de Deus nas vidas de Daniel e seus
três amigos, os jovens judeus a quem ele havia capturado e levado à
Babilônia. Ele foi forçado a admitir que o Deus de Daniel era “Deus
dos deuses e o Senhor dos reis” (Daniel 2.47). Aos judeus foi dada
a liberdade para adorar seu Deus e ensinar acerca dEle. Embora um
grupo de Judeus tivesse regressado à Jerusalém, quando isso lhes
foi permitido, muitos permaneceram na Babilônia e mais tarde
estabeleceram-se em outros lugares por todo o império, de um
Libertador vindouro. Não admira, pois, que lemos em Mateus 2.1,2,
que os magos ou sábios, orientados pela estrela, vieram do oriente à
Jerusalém, procurando adorar ao recém-nascido rei dos Judeus.
Os
judeus que não permaneceram na Babilônia e nem retornaram à
Palestina, dirigiram-se a lugares como Egito, Grécia, Macedônia,
Roma e outras cidades principais da Ásia Menor. (Esse movimento que
espalhou os judeus se denomina diáspora
ou dispersão).
Finalmente havia colônias judaicas em todas as nações do império
romano. De fato havia mais judeus vivendo fora da Palestina do que
dentro dela.
Como
resultado da dispersão, os ensinamentos sobre o único e verdadeiro
Deus e o vindouro Messias tornaram-se largamente conhecidos. Um
considerável número de não-judeus da Palestina e de outros lugares
uniu-se à religião judaica, reconhecendo a superioridade da mesma
às crenças pagãs. Esses novos adeptos eram chamados prosélitos
e tementes a Deus.
Prosélitos eram todas aqueles que se submetiam a todos os requisitos
da Lei, incluindo a circuncisão. Eram tratados como membros plenos
da comunidade judaica. Os tementes à Deus, em contraste com isso,
eram aqueles que aceitavam os ensinamentos judaicos, mas não
assumiam a obrigação de cumprir a Lei. Esses não eram considerados
membros plenos.
3.
A Septuaginta. Por
onde quer que os judeus fossem, levavam suas Escrituras e as
ensinavam nas sinagogas que formavam. Durante o período inter
testamentário, as Escrituras do Antigo Testamento foram traduzidas
para o grego. Essa tradução foi produzida na cidade de Alexandria,
no Egito. Recebeu o nome de Septuaginta, palavra que significa
setenta, porque, de acordo com a tradição, o trabalho de tradução
foi efetuado por setenta e dois eruditos. Essa tradução ajudou a
propagar os ensinamentos do Antigo Testamento por todo o mundo de
fala grega, antes mesmo do nascimento de Cristo. Era usada pelos
judeus, seus convertidos, pelos escritores do Novo Testamento e pelos
primeiros pregadores do evangelho.
O
Judaísmo no Novo Testamento.
Vimos como os desenvolvimentos inter testamentários do judaísmo
prepararam o mundo para a pregação do evangelho. Vejamos agora
alguns aspectos específicos da própria religião judaica conforme
ela existia nos dias do Novo Testamento. Esses aspectos são com
freqüência referidos nas páginas do Novo Testamento.
Os
grupos religiosos.
Havia dois partidos ou facções principais dentro do Judaísmo: os
fariseus
e os saduceus.
Os fariseus julgavam-se o verdadeiro Israel de Deus. O nome fariseu
significa “separado”. Eles seguiam rigidamente a lei escrita e as
tradições dos anciãos, aceitando também os escritos proféticos.
Na sua submissão à lei, eles eram assessorados pelos escribas, que
interpretavam a lei e ajudavam-nos a aplicá-la às flutuantes
condições da vida diária. Criam na existência dos anjos e dos
espíritos, bem como na ressurreição dos mortos. Praticavam a
oração ritual e o jejum, e davam dízimos daquilo que possuíam.
Não trabalhavam em dia de sábado e nem permitiam que alguém o
fizesse. O povo, sobre quem eles exerciam considerável influência,
respeitavam-nos como homens santos. Zelosos em prol do judaísmo,
eles conquistavam muitos não-judeus às suas crenças. Antes da
conversão à Cristo, o apóstolo Paulo, fora fariseu. Tanto os
escribas como os fariseus mostravam-se ativos nas sinagogas.
Os
saduceus, em contraste com os fariseus, aceitavam a lei mosaica como
autoritativa. Eles rejeitavam as tradições dos anciãos e não
acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição dos mortos.
Deixavam se influenciar mais pelo sacerdócio, pelo templo e pelo
poder político. Quase todos os saduceus eram sacerdotes.
Continua
no próximo post.