Continuação
do post anterior.
O
evangelho de Mateus.
Com
toda a propriedade o evangelho de Mateus aparece como o primeiro
livro do Novo Testamento, pois seu conteúdo provê um elo apropriado
entre o Antigo e o Novo Testamento.
De
acordo com a tradição, o evangelho de Mateus foi escrito por
Mateus, o publicano, um dos doze discípulos de Jesus (Veja em Mateus
9.9-13 e 10.3). Provavelmente Mateus escreveu seu Evangelho em algum
tempo entre 50 a 70 d.C.
Ênfase.
Mateus ressaltou tanto a identidade quanto os ensinamentos de Jesus.
Referiu-se ao Antigo Testamento por mais de sessenta vezes, tendo
destacado Jesus como o real Filho de Davi, o rei dos judeus, cuja
vida cumpriu as profecias messiânicas do Antigo Testamento. Assim
sendo, o seu evangelho forma uma ponte necessária entre o conteúdo
do Antigo e do Nova Testamento. Nos escritos de Mateus, Jesus aparece
não somente como um outro profeta ou mestre qualquer, mas como o
próprio Filho de Deus que, um dia, haverá de sentar-se em Seu
trono, na glória celestial, a fim de julgar todas as nações (vv
16.13-20; 25.31,32). Essa ênfase torna o evangelho de Mateus útil
para demonstrar aos judeus que Jesus é o longamente esperado Messias
que lhes fora prometido, aquele cuja vinda seus próprios profetas
haviam predito. E também serve para ajudar aos gentios convertidos a
compreenderem o pleno significado do Ministério de Jesus.
Além
de ressaltar a identidade de Jesus como Messias, Mateus também
chamou a atenção para os ensinamentos de Jesus. De fato, mais da
metade do conteúdo do seu evangelho dedica-se a historiá-los. Ele
incluiu diversas e longas passagens onde ficam registradas as
palavras de Deus a respeito de certo número de importantes assuntos.
Seu evangelho termina com a comissão dada por Jesus aos Seus
seguidores, em uma incumbência na qual o próprio Jesus frisou a
importância de Seus ensinamentos: “portanto ide, ensinai todas as
nações... ensinando-as
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”
(Mateus 28.19,20).
Além
da ênfase dada por Mateus sobre o cumprimento das profecias do
Antigo Testamento, na vida e nos ensinamentos de Jesus, há algumas
outras características especiais encontradas em seu evangelho.
Ênfase
sobre a Realeza e sobre o Reino.
Mateus é o evangelho da realeza e do reino de Jesus. Desde sua
primeira página, Jesus é identificado como o real filho de Davi da
casa de Judá (vv. 1.1,3). Os sábios ou magos que vieram do oriente
à procura de Jesus por ocasião de Seu nascimento, perguntaram onde
havia nascido “o rei dos judeus” (vv 2.1,2). Durante o Seu
ministério, Jesus falou por muitas vezes a respeito do Seu reino (vv
16.28). Através desse primeiro evangelho há trinta e oito
referências ou ao “reino de Deus” ou ao “reino dos céus”.
Uma semana antes de ser crucificado, Jesus entrou em Jerusalém como
seu rei, cumprindo a profecia que aparece em Zacarias 9.9 (Mateus
21.1-11).
Embora
os judeus se tenham recusado a reconhecer que Jesus era rei, outros o
reconheceram como tal. A mulher cananéia que veio rogar a Cristo em
favor de sua filha que padecia, chamou-O pelo Seu título real “filho
de Davi” (v 15.21). Pilatos escreveu essas palavras em uma tabuleta
e a colocou sobre a cruz de Cristo. A tabuleta dizia: “Este é
Jesus, o rei dos judeus” (v 27.37).
A
Atenção Dada aos Gentios.
Mateus incluiu material com fatos que demonstravam o seu interesse
pelos gentios. Por exemplo, ele dá os nomes de duas mulheres gentias
em seus registros sobre os antepassados de Jesus (v 1.5 – Raabe e
Rute). Falou sobre os magos que vieram do oriente, a fim de adorarem
a Jesus (v 2.1,2). Registrou a declaração de Jesus sobre o fato de
que o reino de Deus seria tirado dos judeus e dado a um povo que
produziria os seus frutos (v 21.43), e encerrou o seu evangelho com a
Grande Comissão, na qual Jesus disse que Seus seguidores fizessem
discípulos de “todas as nações” (v 28.19).
Menção
à Igreja.
Entre os quatro evangelhos, o de Mateus é o único no qual aparece a
palavra igreja. Encontra-se ali por três vezes (uma em 16.18 e duas
vezes em 18.17).
Outros
aspectos exclusivos.
Mateus contêm nove incidentes, dez parábolas e três milagres que
não se encontram nos demais evangelhos. Entre essas coisas foram
incluídas, por exemplo, a visão de José (1.20-24), a cura do mudo
endemoniado (9.32,33) e as parábolas do trigo e do joio (13.24-30,
36-43), e dos talentos (25.14-30).
Conteúdo.
O conteúdo do evangelho de Mateus é escrito em torno de um duplo
esboço. Um deles tem a ver com os eventos da vida de Jesus, e o
outro com os seus ensinamentos. Em ambos os casos, Mateus repetiu
frases, a fim de assinalar as divisões.
Continua
no próximo post.