Você
sabe porque Jesus disse aos Seus seguidores: “Convém-vos
que eu vá... ”? (João 16.7). É que, em Sua carne, Ele
estava limitando a Sua natureza humana, podendo estar somente em um
lugar de cada vez. Entretanto, Ele sabia que quando o Espírito Santo
viesse substituí-lo, não haveria limitações quanto ao tempo em
que Ele poderia ficar e quanto ao trabalho que Ele poderia realizar.
Assim,
através do Espírito Santo, Deus não somente nos comissiona com uma
tarefa, como também permanece conosco e nos capacita a cumpri-la.
Mais do que isso, Ele veio residir em nós para conferir-nos
orientação pessoal, comunhão, consolo e suprir todas as nossas
necessidades espirituais.
Já
sabemos o quanto Deus se interessa pela redenção dos homens. Vimos
que Cristo amou a cada mulher e a cada homem de tal maneira que Ele
se humilhou e se tornou um homem. E agora, quando voltamos a nossa
atenção para o Espírito Santo, podemos observar esse mesmo amor
pelo homem, bem como as mesmas admiráveis qualidades de
personalidade.
Vimos
que, quanto a natureza de Deus e sobre a Sua essência: 1) Deus é
espírito; 2) Ele é o Deus triuno; 3) Ele é o único Deus; 4) Ele é
eterno; 5) Ele tem personalidade; 6) Ele é imutável.
Também
vimos que essas qualidades de Deus referem-se, igualmente, ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo. As três pessoas são iguais quanto a
glória; e a majestade de que compartilham é co-eterna. Visto que as
pessoas da Deidade compartilham dessas características, não as
repetiremos nesse estudo sobre o Espírito Santo. No entanto,
queremos enfatizar o fato, mesmo que de modo breve, que o Espírito
Santo é verdadeiro Deus, possuidor das características distintas da
personalidade divina. Em primeiro lugar veremos sobre a Sua deidade.
A
deidade do Espírito Santo é estabelecida por Suas características,
por Seu relacionamento com as outras pessoas da Trindade, pelos nomes
divinos que lhe são atribuídos e pelas obras que Ele realiza.
Características
da natureza divina do Espírito Santo. O Espírito Santo é
possuidor das características da natureza divina. Por exemplo: Ele é
eterno. A palavra eterno significa “duração infinita:
aquilo que não tem começo, nem fim e nem qualquer limitação”.
Essa, pois, é uma das características de Deus. O escritor da
epístola aos Hebreus afirma que Ele é o Espírito eterno
(Veja Hebreus 9.14: “muito mais o sangue
de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem
mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo!” - RA). Eterno,
segundo a palavra aqui usada, é a mesma palavra usada em outros
trechos bíblicos para descrever a eternidade de Deus Pai e de Jesus
Cristo, o Filho de Deus.
O
Espírito Santo também possui as características discriminadas
abaixo:
1.
Ele está presente em toda parte (onipresença). O salmista Davi
declarou: “Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Ou para onde
fugirei da tua face” (Veja Salmo 139.7-10: “Para
onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo
abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho
nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a
tua destra me susterá.” - RA).
2.
O Espírito Santo sabe tudo (onisciência). Paulo ao descrever essa
característica divina para os crentes de Corínto, observou que “...
Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de
Deus” (1 Coríntios 2.11). Além disso, Aquele que sabe
quais são os pensamentos de Deus, também conhece a vontade de Deus,
e Ele nos capacita a orar de acordo com a Sua vontade (Veja Romanos
8.26,27: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos
orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os
corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a
vontade de Deus é que Ele intercede pelos santos.” - RA).
3.
O Espírito Santo é Todo-poderoso (onipotência). Em outras palavras
Ele tem o poder e a capacidade de realizar tudo quanto Deus quiser,
sem quaisquer limitações (Veja Lucas 1.35: “Respondeu-lhe
o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo
te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há
de nascer será chamado Filho de Deus” – RA
e Atos 1.8: “mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra” - RA).
Títulos
da natureza divina do Espírito Santo. É interessante
observarmos que quando o apóstolo Pedro se dirigiu ao mentiroso
Ananias, disse que quando esse mentiu ao Espírito Santo estava
mentindo a Deus (Ver Atos 5.4: “Conservando-o,
porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder?
Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos
homens, mas a Deus.” - RA). Assim o apóstolo Pedro
atribuiu deidade ao Espírito Santo. O apóstolo Paulo também
salientou esse fato, ao afirmar que estamos sendo transformados na
imagem de Cristo, pelo Espírito Santo que é o Senhor (Ver 2
Coríntios 3.17,18: “ Ora, o Senhor é o
Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E
todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a
glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” - RA).
Nos dias de Paulo, somente a deidade merecia o título de Senhor. De
fato, os imperadores romanos e os Faraós do Egito não permitiam que
os seus súditos usassem o termo Senhor, quando se dirigiam a eles,
enquanto eles não adotassem, oficialmente, a posição de
divindades. Esse costume, pois, confirma o fato de que quando Paulo
referiu-se ao Espírito Santo como Senhor, estava reconhecendo a Sua
deidade.
Continua
no próximo post.