sábado, novembro 11, 2017

Introdução ao Novo Testamento – 20.
Continuação do post anterior.
João: Evangelho do Filho de Deus.
Para muitos o Evangelho de João é o livro preferido das Escrituras. Reveste-se de uma qualidade única de profundeza e beleza espiritual; Sua mensagem arrebata a imaginação e desafia o coração de maneira corajosa e desafiadora. Foi escrito pelo apóstolo João, “o discípulo a quem Jesus amava”, e põe o leitor em íntima comunhão com o Mestre, tal como experimentaram aqueles que andaram mais próximos do Senhor. Quando estudarmos as verdades ali apresentadas, que nossa comunhão com Jesus se torne ainda mais íntima e rica, como resultado.
Autor. A maioria dos eruditos da Bíblia concorda que João, o apóstolo, foi autor do quarto Evangelho. Ele foi um dos doze discípulos de Jesus. Juntamente com Pedro e Tiago, ele fazia parte do “círculo íntimo” dos mais chegados associados do Senhor (Veja Marcos 5.37; 9.2; e 14.33). Ele era “aquele a quem Jesus amava” (Veja em João 13.23; 19.26; 20.2; e 21.7,20). Tiago era irmão de João, e ambos eram filhos de Zebedeu (Mateus 5.21). João foi testemunha ocular dos acontecimentos por ele registrados (Veja João 1.14; 19.35; e 21.24).
Ênfase. O próprio João declarou claramente o propósito que tivera ao escrever o relato da vida de Jesus Cristo: “Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creias que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20.30,31).
Vemos, então, que João selecionou cuidadosamente a sua matéria com um alvo específico em mente: levar as pessoas a crerem que Jesus é o Filho de Deus. A matéria escolhida por João enfatizava as obras e as palavras de Deus. Juntos, esses fatores formam evidências convincentes de que Jesus era aquilo que afirmava ser. João também mostrou como o povo reagiu a Jesus Cristo. A reação deles ilustra o seu tema central da fé.
João dava atenção às obras realizadas por Jesus. As narrativas de sete milagres estão incluídas em seu Evangelho. João denominou esses milagres de sinais, pois mostram coletivamente a completa autoridade de Jesus como o Filho de Deus, salientando inequivocamente a Sua deidade.
Além desses sete sinais, há mais um, o maior de todos: a ressurreição de Jesus dentre os mortos (João 20 e 21). Nas palavras do apóstolo Paulo, Jesus foi “... designado Filho de Deus em poder... pela ressurreição dos mortos...” (Romanos 1.4). Esse acontecimento foi a prova coroadora de que Jesus é o Filho de Deus.
João também salientou as palavras de Jesus. A maioria dos discursos por ele registrados compõe-se de aspectos de Sua pessoa. Destacados pelo próprio Jesus. Entre esses estão as sete grandes passagens do “eu sou”, que são as seguintes:
1. “Eu sou o pão da vida” - João 6.35.
2. “Eu sou a luz do mundo” - João 8,12 e 9.5.
3. “Antes que Abraão existisse, eu sou” – João 8.58.
4. “Eu sou o bom pastor” – João 10.11.
5. “Eu sou a ressurreição e a vida” – João 11.25.
6. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” – João 14.6.
7. “Eu sou a videira verdadeira” – João 15.1.
Muitos eruditos da Bíblia encaram essas declarações de Jesus como expansões do trecho de Êxodo 3.14, onde Deus diz a Moisés que Seu nome era “Eu sou”. Elas mostram não somente a deidade de Cristo (João 8.58), mas também mostram como Ele revelou o Pai.
Além dessas passagens, João incluiu muitos outros ensinamentos importantes, como aqueles a respeito do novo nascimento (João 3), a água viva (João 4), a autoridade do Filho (João 5) e a obra do Espírito Santo (João 7.14,16). Ele também registrou a oração de Jesus acerca de si mesmo e de Seus discípulos (João 17). Essa oração ilumina ainda mais a sua natureza, a Sua unidade com o Pai, e o Seu propósito eterno para todos aqueles que nEle confiarem.
Juntamente com essa ênfase sobre as palavras e as obras de Jesus, João pôs em destaque as entrevistas pessoais de Jesus com diversas pessoas, homens e mulheres. João mostrou como Jesus os desafiou para crerem nEle. Essas entrevistas relatadas por João são vívidas ilustrações do tema principal do Evangelho de João – a fé em Jesus Cristo.
Quando alguém examina o registro de João sobre as palavras, as obras e as entrevistas pessoais de Jesus, não pode ter dúvidas sobre a razão de ele ter escrito o seu testemunho: expor a verdade que a fé em Jesus, o Filho de Deus, é a única e essencial chave da própria vida (João 3.36).

Continua no próximo post.