Introdução ao Novo Testamento –
20.
Continuação do post anterior.
João: Evangelho do Filho de Deus.
Para muitos o Evangelho de João é
o livro preferido das Escrituras. Reveste-se de uma qualidade única
de profundeza e beleza espiritual; Sua mensagem arrebata a imaginação
e desafia o coração de maneira corajosa e desafiadora. Foi escrito
pelo apóstolo João, “o discípulo a quem Jesus amava”, e põe o
leitor em íntima comunhão com o Mestre, tal como experimentaram
aqueles que andaram mais próximos do Senhor. Quando estudarmos as
verdades ali apresentadas, que nossa comunhão com Jesus se torne
ainda mais íntima e rica, como resultado.
Autor.
A maioria dos eruditos da Bíblia concorda que João, o apóstolo,
foi autor do quarto Evangelho. Ele foi um dos doze discípulos de
Jesus. Juntamente com Pedro e Tiago, ele fazia parte do “círculo
íntimo” dos mais chegados associados do Senhor (Veja Marcos 5.37;
9.2; e 14.33). Ele era “aquele a quem Jesus amava” (Veja em João
13.23; 19.26; 20.2; e 21.7,20). Tiago era irmão de João, e ambos
eram filhos de Zebedeu (Mateus 5.21). João foi testemunha ocular dos
acontecimentos por ele registrados (Veja João 1.14; 19.35; e 21.24).
Ênfase.
O próprio João declarou claramente o propósito que tivera ao
escrever o relato da vida de Jesus Cristo: “Jesus,
pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros
sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram
escritos para que creias que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João
20.30,31).
Vemos, então,
que João selecionou cuidadosamente a sua matéria com um alvo
específico em mente: levar as pessoas a crerem que Jesus é o Filho
de Deus. A matéria escolhida por João enfatizava as obras e as
palavras de Deus. Juntos, esses fatores formam evidências
convincentes de que Jesus era aquilo que afirmava ser. João também
mostrou como o povo reagiu a Jesus Cristo. A reação deles ilustra o
seu tema central da fé.
João dava
atenção às obras realizadas por Jesus. As narrativas de sete
milagres estão incluídas em seu Evangelho. João denominou esses
milagres de sinais, pois mostram coletivamente a completa autoridade
de Jesus como o Filho de Deus, salientando inequivocamente a Sua
deidade.
Além desses
sete sinais, há mais um, o maior de todos: a ressurreição de Jesus
dentre os mortos (João 20 e 21). Nas palavras do apóstolo Paulo,
Jesus foi “...
designado Filho de Deus em poder... pela ressurreição dos
mortos...”
(Romanos
1.4). Esse acontecimento foi a prova coroadora de que Jesus é o
Filho de Deus.
João também salientou as palavras
de Jesus. A maioria dos discursos por ele registrados compõe-se de
aspectos de Sua pessoa. Destacados pelo próprio Jesus. Entre esses
estão as sete grandes passagens do “eu sou”, que são as
seguintes:
1. “Eu sou o pão da vida” -
João 6.35.
2. “Eu sou a luz do mundo” -
João 8,12 e 9.5.
3. “Antes que Abraão existisse,
eu sou” – João 8.58.
4. “Eu sou o
bom pastor” – João 10.11.
5. “Eu sou a
ressurreição e a vida” – João 11.25.
6. “Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida” – João 14.6.
7. “Eu sou a videira verdadeira”
– João 15.1.
Muitos
eruditos da Bíblia encaram essas declarações de Jesus como
expansões do trecho de Êxodo 3.14, onde Deus diz a Moisés que Seu
nome era “Eu sou”. Elas mostram não somente a deidade de Cristo
(João 8.58), mas também mostram como Ele revelou o Pai.
Além dessas
passagens, João incluiu muitos outros ensinamentos importantes, como
aqueles a respeito do novo nascimento (João 3), a água viva (João
4), a autoridade do Filho (João 5) e a obra do Espírito Santo (João
7.14,16). Ele também registrou a oração de Jesus acerca de si
mesmo e de Seus discípulos (João 17). Essa oração ilumina ainda
mais a sua natureza, a Sua unidade com o Pai, e o Seu propósito
eterno para todos aqueles que nEle confiarem.
Juntamente com essa ênfase sobre
as palavras e as obras de Jesus, João pôs em destaque as
entrevistas pessoais de Jesus com diversas pessoas, homens e
mulheres. João mostrou como Jesus os desafiou para crerem nEle.
Essas entrevistas relatadas por João são vívidas ilustrações do
tema principal do Evangelho de João – a fé em Jesus Cristo.
Quando alguém examina o registro de
João sobre as palavras, as obras e as entrevistas pessoais de Jesus,
não pode ter dúvidas sobre a razão de ele ter escrito o seu
testemunho: expor a verdade que a fé em Jesus, o Filho de Deus, é a
única e essencial chave da própria vida (João 3.36).
Continua no próximo post.