Continuação
do post anterior.
Lucas:
O Evangelho do Salvador.
O
Evangelho de Lucas foi escrito pelo homem a quem o apóstolo Paulo
chamou de “o médico amado” (Veja em Colossences 4.14: “Saúda-vos
Lucas, o médico amado, e também Demas” - RA).
O próprio Lucas descreveu o seu Evangelho. Ele disse que era um
livro que relatava “acerca
de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao
dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo
Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera”.
(Atos 1.1,2). Quando examinamos o Evangelho que traz o nome de Lucas,
ficamos mais familiarizados com o Salvador a quem amamos e servimos,
e acerca de quem Lucas escreveu com tão grande eloqüência.
Autor.
Com base nas evidências que nos são fornecidas pelo Novo
Testamento, podemos concluir que Lucas era um gentio muito instruído.
Era homem bem versado no conhecimento médico de seus dias. É
provável que ele fosse natural de Antioquia. Lucas também escreveu
o Livro de Atos, no qual registrou os eventos que acompanham a
formação e a expansão da Igreja. Por essa razão, o evangelho que
ele escreveu pode ser mais exatamente descrito como a primeira parte
da narrativa em dois volumes à respeito dos começos do Cristianismo
(a segunda parte é o Livro de Atos). Era amigo chegado do apóstolo
Paulo e esteve com ele em diversas viagens missionárias, inclusive a
última que levou Paulo até Roma.
Ênfase.
Ao escrever o seu relato sobre a vida de Jesus, Lucas ressaltou seus
aspectos humanos, históricos e teológicos. A humanidade de Jesus é
um importante fato que Lucas expôs. Muitos estudiosos da Bíblia têm
descrito o Evangelho de Lucas como o Evangelho da humanidade de
Jesus. Lucas mostrou que Jesus foi um de nós, e que compartilhou
plenamente das experiências comuns da vida humana.
Lucas
também frisou a natureza histórica da vida de Cristo. Ele fez um
cuidadoso exame de todos os fatos importantes, sobre os quais
registrou uma narrativa exata (Veja v. 1.3: “igualmente
a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde
sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma
exposição em ordem” - RA).
Lucas referiu-se a acontecimentos específicos que se sucederam na
Palestina, no tempo do nascimento de Jesus (Veja v. 2.1-3:
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto,
convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o
primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da
Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade” -
RA). Também deu
os nomes dos governantes e sumos sacerdotes que estavam no poder
quando João Batista começou o seu ministério (Veja v. 3.1-3: “No
décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio
Pilatos governador da Judéia, Herodes, tetrarca da Galiléia, seu
irmão Filipe, tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e
Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo sumos sacerdotes Anás e
Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no
deserto. Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando
batismo de arrependimento para remissão de pecados” - RA).
Esses pormenores tornam possível relacionar a vida de Jesus com uma
determinada época, dentro da história política da região. Tais
detalhes estabeleceram o fato de que Jesus era uma personagem
histórica, um homem que efetuou a Sua missão em meio a
circunstâncias perfeitamente reais, em meio ao turbilhão da
Palestina do primeiro século da era cristã.
Além
disso, Lucas iluminou certos aspectos teológicos do ministério de
Jesus. Esses tinham a ver com a identidade de Jesus e com o sentido
da Sua obra de salvação. Por exemplo, Lucas registrou que Jesus com
freqüência referiu-se a Si mesmo usando o título de “Filho do
homem”. Essa expressão foi o nome dado pelo profeta Daniel à
pessoa que ele viu em uma visão, conforme está escrito em Daniel
7.13,14. Para Daniel, isso queria dizer que aquele que ele vira se
parecia com um homem, era membro da raça humana.
Ao
aplicar a si mesmo o nome “Filho
do homem”, Jesus
identificou-se com a pessoa a quem Daniel viu em sua visão
profética. Porém, Jesus fez mais do que isso. Disse que o Filho do
homem haveria de sofrer, morrer e ressuscitar (Veja Lucas 9.22:
“dizendo:
É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja
rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos
escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite” - RA).
Essa foi uma declaração que os discípulos não puderam entender,
pois mostrava que o Filho do Homem, que viria em grande poder e
glória, antes disso seria rejeitado.
Além
de salientar a identidade de Jesus como Filho do homem, Lucas também
frisou Sua obra de salvação e Seu papel como redentor. Ele
registrou o fato que a profetisa Ana falou a respeito do menino Jesus
a todos quantos esperavam a redenção de Jerusalém (Veja Lucas
2.38: “E,
chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do
menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém” - RA).
Lucas narrou como alguns discípulos, na estrada para Emaús,
disseram que eles haviam esperado que Jesus fosse aquele que remiria
a Israel (v. 24.21).
O
processo da redenção foi estabelecido por Deus e era bem conhecido
entre os judeus. Significava que alguma coisa (ou alguém), que fosse
vendido poderia ser adquirido de volta mediante um parente próximo
daquele que vendera tal coisa. Dessa maneira, pois, poderia ser
restaurada ao seu proprietário inicial. (O livro de Rute, no Antigo
Testamento, é uma linda ilustração desse processo). Um redentor
tinha de ser parente próximo, daquele que precisasse de ajuda.
Continua
no próximo post.
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