sábado, abril 21, 2018


Introdução ao Novo Testamento – 23.
Continuação de post anterior.
Continuação das características especiais do livro de Atos.
3. O livro de Atos demonstra o verdadeiro caráter do Cristianismo. Quando a Igreja foi estabelecida, o cristianismo parecia ser uma seita ou um grupo especial dentro do Judaísmo. Jesus era o Messias prometido pelas Escrituras Judaicas, e no princípio, a Igreja compunha-se primariamente de crentes judeus. Porém, a mensagem de Cristo visava ao mundo inteiro (Veja Lucas 24.47: “e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” - RA). O livro de Atos descreve como o evangelho começou a atingir aqueles que não faziam parte da comunidade judaica.
Pedro, por exemplo, testificou principalmente a judeus. Mas Deus mostrou-lhe que havia aceitado os gentios que cressem em Cristo, e Deus usou Pedro para ministrar aos gentios (Veja em Atos 10). Paulo também pregou aos judeus, mas cada vez mais concentrava a atenção nos gentios, quando a maioria dos judeus rejeitou a sua mensagem (Veja em Atos 19.9,10: “Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos” - RA; em Atos 26.16-18: “16 Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, 17 livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, 18 para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” - RA) e Atos 28.28: “ Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão.” - RA). O livro de Atos mostra como ficou claro que o cristianismo não era uma seita judaica, mas uma forma de viver inteiramente nova, baseada na fé em Jesus como Filho de Deus e Salvador de todos os homens.
Além de mostrar a significação universal do cristianismo, o livro de Atos também defende o cristianismo contra falsas acusações. O livro de Atos dá evidências de que o cristianismo não era um movimento político cujo intuito fosse fazer oposição ao governo romano, conforme alguns, mentirosamente, diziam, Quando os judeus levaram Paulo ao tribunal, diante de Gálio, o proconsul, eles o acusaram de ensinar o povo a desobedecer a lei. Mas Gálio não aceitou o processo, dizendo que a acusação deles não era uma ameaça ao poder político de Roma. Lucas registrou outros incidentes que ilustram a mesma consideração.
4. O livro de Atos descreve o ministério de alguns dos mais proeminentes líderes que Deus usou para estabelecer a Igreja. À medida que crescia a Igreja primitiva, Deus foi levantando líderes que levassem avante o Seu propósito relativo a ela. Lucas falou sobre os ministérios de diversos desses líderes, embora concentrasse sua atenção principalmente em Pedro e Paulo. Na ocasião em que foi escrito o livro de Atos, era necessário mostrar que o apostolado de Paulo era validado pelos mesmos sinais que acompanhavam o ministério de Pedro. Ora, isso era importante porque, diferentemente de Pedro, Paulo não era um dos discípulos originais de Jesus. De fato, ele havia sido um amargo adversário da jovem Igreja (Veja Atos 8.3: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” - RA; em Atos 9.1-2: “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” - RA). Lucas fornece bastante informação a respeito de Paulo, demonstrando que seu ministério contava com a aprovação divina. Ela demonstrava as semelhanças que havia entre os ministérios desses dois homens. Por exemplo, Lucas mostrou que ambos os homens ressaltaram a obra do Espírito Santo (Veja Atos 2.38; 19.2-6) e a importância da ressurreição de Cristo (Atos 2.24-36;13.30-37). Lucas também expôs alguns pontos que tornaram semelhantes os ministérios dos dois.
Juntamente com Pedro e Paulo, Lucas mencionou ou descreveu diversos outros líderes como João, Tiago, Felipe, Estevão, Barnabé e Apolo. Cada um desses homens participou dos acontecimentos ocorridos enquanto a Igreja progredia. Todos eles foram usados por Deus para trazer judeus, gentios e samaritanos, prosélitos e até mesmo ex-discípulos de João Batista (Veja Atos 19.1-3) para a nova comunidade espiritual tendo Cristo com seu centro.
Conteúdo.
1. A igreja é fundada (De 1.1 a 8.3) O período de fundação inclui a comissão dos discípulos para o trabalho deles (Atos 1.1-11), a vinda do Espírito Santo para conferir-lhes poder (1.11 a 2.47), os eventos associados à Igreja e ao testemunho do evangelho em Jerusalém (3.1-6.7) e a pregação e o martírio de Estevão com a perseguição resultante e a dispersão dos crentes de Jerusalém (6.8-8.3).
A descida do Espírito Santo, no dia de pentecoste, foi um evento de grande significação. Vinham peregrinos de várias áreas à Jerusalém, para celebrar a festa do pentecoste (Atos 2.5-12). Quando Pedro dirigiu-se a vasta multidão reunida naquele dia festivo, explicando o que acabara de suceder, peregrinos de todas aquelas áreas, estavam presentes entre a multidão. Sem dúvida, alguns deles estavam entre os três mil que responderam ao convite de Pedro.
Continua no próximo post.


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