Introdução
ao Novo Testamento – 23.
Continuação
de post anterior.
Continuação
das características especiais do livro de Atos.
3.
O livro de Atos demonstra o verdadeiro caráter do Cristianismo.
Quando a Igreja foi estabelecida, o cristianismo parecia ser uma
seita ou um grupo especial dentro do Judaísmo. Jesus era o Messias
prometido pelas Escrituras Judaicas, e no princípio, a Igreja
compunha-se primariamente de crentes judeus. Porém, a mensagem de
Cristo visava ao mundo inteiro (Veja Lucas 24.47: “e
que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados
a todas as nações, começando de Jerusalém” - RA).
O livro de Atos descreve como o evangelho começou a atingir aqueles
que não faziam parte da comunidade judaica.
Pedro,
por exemplo, testificou principalmente a judeus. Mas Deus mostrou-lhe
que havia aceitado os gentios que cressem em Cristo, e Deus usou
Pedro para ministrar aos gentios (Veja em Atos 10). Paulo também
pregou aos judeus, mas cada vez mais concentrava a atenção nos
gentios, quando a maioria dos judeus rejeitou a sua mensagem (Veja em
Atos 19.9,10: “Visto
que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal
do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os
discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano.
Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os
habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como
gregos” - RA; em
Atos 26.16-18: “16
Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te
apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas
em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, 17
livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, 18
para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e
da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles
remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela
fé em mim” - RA) e
Atos 28.28:
“ Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus foi
enviada aos gentios. E eles a ouvirão.” - RA).
O livro de Atos mostra como ficou claro que o cristianismo não era
uma seita judaica, mas uma forma de viver inteiramente nova, baseada
na fé em Jesus como Filho de Deus e Salvador de todos os homens.
Além
de mostrar a significação universal do cristianismo, o livro de
Atos também defende o cristianismo contra falsas acusações. O
livro de Atos dá evidências de que o cristianismo não era um
movimento político cujo intuito fosse fazer oposição ao governo
romano, conforme alguns, mentirosamente, diziam, Quando os judeus
levaram Paulo ao tribunal, diante de Gálio, o proconsul, eles o
acusaram de ensinar o povo a desobedecer a lei. Mas Gálio não
aceitou o processo, dizendo que a acusação deles não era uma
ameaça ao poder político de Roma. Lucas registrou outros incidentes
que ilustram a mesma consideração.
4.
O livro de Atos descreve o ministério de alguns dos mais
proeminentes líderes que Deus usou para estabelecer a Igreja.
À medida que crescia a Igreja primitiva, Deus foi levantando líderes
que levassem avante o Seu propósito relativo a ela. Lucas falou
sobre os ministérios de diversos desses líderes, embora
concentrasse sua atenção principalmente em Pedro e Paulo. Na
ocasião em que foi escrito o livro de Atos, era necessário mostrar
que o apostolado de Paulo era validado pelos mesmos sinais que
acompanhavam o ministério de Pedro. Ora, isso era importante porque,
diferentemente de Pedro, Paulo não era um dos discípulos originais
de Jesus. De fato, ele havia sido um amargo adversário da jovem
Igreja (Veja Atos 8.3: “Saulo,
porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens
e mulheres, encerrava-os no cárcere” - RA;
em Atos 9.1-2: “Saulo,
respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor,
dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de
Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim
homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” - RA).
Lucas fornece bastante informação a respeito de Paulo, demonstrando
que seu ministério contava com a aprovação divina. Ela demonstrava
as semelhanças que havia entre os ministérios desses dois homens.
Por exemplo, Lucas mostrou que ambos os homens ressaltaram a obra do
Espírito Santo (Veja Atos 2.38; 19.2-6) e a importância da
ressurreição de Cristo (Atos 2.24-36;13.30-37). Lucas também expôs
alguns pontos que tornaram semelhantes os ministérios dos dois.
Juntamente
com Pedro e Paulo, Lucas mencionou ou descreveu diversos outros
líderes como João, Tiago, Felipe, Estevão, Barnabé e Apolo. Cada
um desses homens participou dos acontecimentos ocorridos enquanto a
Igreja progredia. Todos eles foram usados por Deus para trazer
judeus, gentios e samaritanos, prosélitos e até mesmo ex-discípulos
de João Batista (Veja Atos 19.1-3) para a nova comunidade espiritual
tendo Cristo com seu centro.
Conteúdo.
1.
A igreja é fundada (De
1.1 a 8.3) O período de fundação inclui a comissão dos discípulos
para o trabalho deles (Atos 1.1-11), a vinda do Espírito Santo para
conferir-lhes poder (1.11 a 2.47), os eventos associados à Igreja e
ao testemunho do evangelho em Jerusalém (3.1-6.7) e a pregação e o
martírio de Estevão com a perseguição resultante e a dispersão
dos crentes de Jerusalém (6.8-8.3).
A
descida do Espírito Santo, no dia de pentecoste, foi um evento de
grande significação. Vinham peregrinos de várias áreas à
Jerusalém, para celebrar a festa do pentecoste (Atos 2.5-12). Quando
Pedro dirigiu-se a vasta multidão reunida naquele dia festivo,
explicando o que acabara de suceder, peregrinos de todas aquelas
áreas, estavam presentes entre a multidão. Sem dúvida, alguns
deles estavam entre os três mil que responderam ao convite de Pedro.
Continua
no próximo post.
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