sexta-feira, novembro 25, 2016

Introdução ao Novo Testamento - 04.


Continuação do post anterior.
Embora os romanos fossem administradores capazes, muitos judeus da Palestina ressentiam-se muito ante o domínio deles. Odiavam pagar impostos ao governo romano. Não obstante, o governo romano era um fato da vida. Em resultado disso, havia uma constante corrente subterrânea da rebelião e agitação entre os judeus. Aumentando essas tensões políticas, muitos líderes judeus passaram a dar mais e mais de sua atenção a essas tensões.
O Concílio governante. Sob o abrangente governo romano, entretanto, aos judeus foi dado um certo grau de autoridade para se governarem a si mesmos quanto às questões políticas e religiosas. Essa autoridade repousava sobre o Concílio de setenta juízes, chamados coletivamente o Sinédrio. O sumo-sacerdote estava a testa desse concílio, e os membros provinham, na maioria das vezes, do sacerdócio ou de famílias abastadas. No Sinédrio, havia alguns poucos fariseus, que eram populares entre as multidões, mas os saduceus formavam o partido dominante.
O templo. Nos dias do ministério de Jesus havia um templo magnífico em Jerusalém. Era chamado “templo de Herodes”, assim chamado porque o seu construtor fora Herodes o Grande. Tanto o templo de Salomão como o “segundo templo” tinham estado no lugar onde esse templo agora estava. O templo de Salomão, todavia, fora destruído pelos babilônios, em 586 a.C. O “segundo templo” fora reconstruído pelos exilados que tinham regressado a Jerusalém na época de Esdras e Neemias. Esse fora o templo contaminado por Antíoco IV, e que então fora purificado por Judas Macabeu. Posteriormente, parece ter sofrido alguma destruição, tendo sido reedificado por Herodes o Grande, em torno de 20 a.C.
O templo de Herodes era similar aos anteriores. Tinha diversos portões, uma muralha interna além da qual não podia passar quem não fosse judeu, e um pesado véu que separava o Santo lugar do Santo dos Santos. As cerimônias do templo eram levadas a efeito por um grupo de sacerdotes encabeçado pelo sumo-sacerdote. Anualmente, cada israelita do sexo masculino tinha de pagar uma taxa ao templo (quantia equivalente ao salário de dois dias de trabalho), para a conservação dos prédios e pagar salários de sacerdotes.
As festas. Embora os judeus da dispersão estivessem largamente espalhados, continuavam considerando Jerusalém a sua capital. Anualmente, milhares deles, incluindo muitos prosélitos e tementes a Deus iam até ali como peregrinos, participar das grandes festividades religiosas. Ali se reuniam aos judeus que viviam na Palestina, na celebração das festas que assinalavam os mais importantes acontecimentos de sua história. Duas das sete festas efetuadas a cada ano eram particularmente importantes nos dias do Novo Testamento. Estamos falando da Páscoa e do Pentecostes.
A Páscoa era a festa mais importante de todas. Marcava o aniversário do livramento dos judeus da servidão no Egito e o início deles como uma nação independente. O trecho de Êxodo, capítulos 11 e 12, relatam como Deus desfechou uma praga final contra os egípcios, de tal modo que estes finalmente permitiram que os israelitas saíssem do Egito e fossem para a terra que Deus lhes prometera. Por terem observado as instruções dadas para eles pelo Senhor, os israelitas foram poupados das pragas pelas quais todos os filhos e animais primogênitos dos egípcios foram mortos, em uma só noite.
Aos israelitas foi ordenado que observassem anualmente a festa da Páscoa, como uma ordenança perpétua para eles e seus descendentes. Veja em Êxodo 12.24: “Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre”. - RA. Todos os judeus do sexo masculino que vivessem em Jerusalém ou nas proximidades, precisavam fazer-se presentes à festa da Páscoa, a menos que estivessem fisicamente incapacitados de fazê-lo. Muitos judeus da diáspora, bem como prosélitos e tementes a Deus, também participavam dessa festa. Jerusalém transbordava com as imensas multidões que se reuniam para essa celebração.
O Pentecostes também era uma importante festa religiosa nos dias do Novo Testamento. Durante o período intertestamentário, essa festa passou a ser celebrada como o aniversário da outorga da Lei de Moisés. Veja em Êxodo, capítulo 19. Na comunidade judaica a Lei e sua observância serviam de poderosa força unificadora. Os judeus consideravam a lei como o maior dom que Deus lhe proporcionara. Leiam os Salmos 1, 19 e 119. Tal festa foi chamada Pentecoste, uma palavra que significa cinqüenta, por ser observada cinqüenta dias após a Páscoa.
Continua no próximo post.

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