Continuação
do post anterior.
Embora
os romanos fossem administradores capazes, muitos judeus da Palestina
ressentiam-se muito ante o domínio deles. Odiavam pagar impostos ao
governo romano. Não obstante, o governo romano era um fato da vida.
Em resultado disso, havia uma constante corrente subterrânea da
rebelião e agitação entre os judeus. Aumentando essas tensões
políticas, muitos líderes judeus passaram a dar mais e mais de sua
atenção a essas tensões.
O
Concílio governante. Sob
o abrangente governo romano, entretanto, aos judeus foi dado um certo
grau de autoridade para se governarem a si mesmos quanto às questões
políticas e religiosas. Essa autoridade repousava sobre o Concílio
de setenta juízes, chamados coletivamente o Sinédrio.
O sumo-sacerdote estava a testa desse concílio, e os membros
provinham, na maioria das vezes, do sacerdócio ou de famílias
abastadas. No Sinédrio, havia alguns poucos fariseus, que eram
populares entre as multidões, mas os saduceus formavam o partido
dominante.
O
templo. Nos dias do
ministério de Jesus havia um templo magnífico em Jerusalém. Era
chamado “templo de Herodes”, assim chamado porque o seu
construtor fora Herodes o Grande. Tanto o templo de Salomão como o
“segundo templo” tinham estado no lugar onde esse templo agora
estava. O templo de Salomão, todavia, fora destruído pelos
babilônios, em 586 a.C. O “segundo templo” fora reconstruído
pelos exilados que tinham regressado a Jerusalém na época de Esdras
e Neemias. Esse fora o templo contaminado por Antíoco IV, e que
então fora purificado por Judas Macabeu. Posteriormente, parece ter
sofrido alguma destruição, tendo sido reedificado por Herodes o
Grande, em torno de 20 a.C.
O
templo de Herodes era similar aos anteriores. Tinha diversos portões,
uma muralha interna além da qual não podia passar quem não fosse
judeu, e um pesado véu que separava o Santo lugar do Santo dos
Santos. As cerimônias do templo eram levadas a efeito por um grupo
de sacerdotes encabeçado pelo sumo-sacerdote. Anualmente, cada
israelita do sexo masculino tinha de pagar uma taxa ao templo
(quantia equivalente ao salário de dois dias de trabalho), para a
conservação dos prédios e pagar salários de sacerdotes.
As
festas. Embora os judeus
da dispersão estivessem largamente espalhados, continuavam
considerando Jerusalém a sua capital. Anualmente, milhares deles,
incluindo muitos prosélitos e tementes a Deus iam até ali como
peregrinos, participar das grandes festividades religiosas. Ali se
reuniam aos judeus que viviam na Palestina, na celebração das
festas que assinalavam os mais importantes acontecimentos de sua
história. Duas das sete festas efetuadas a cada ano eram
particularmente importantes nos dias do Novo Testamento. Estamos
falando da Páscoa e do Pentecostes.
A
Páscoa era a festa mais importante de todas. Marcava o aniversário
do livramento dos judeus da servidão no Egito e o início deles como
uma nação independente. O trecho de Êxodo, capítulos 11 e 12,
relatam como Deus desfechou uma praga final contra os egípcios, de
tal modo que estes finalmente permitiram que os israelitas saíssem
do Egito e fossem para a terra que Deus lhes prometera. Por terem
observado as instruções dadas para eles pelo Senhor, os israelitas
foram poupados das pragas pelas quais todos os filhos e animais
primogênitos dos egípcios foram mortos, em uma só noite.
Aos
israelitas foi ordenado que observassem anualmente a festa da Páscoa,
como uma ordenança perpétua para eles e seus descendentes. Veja em
Êxodo 12.24: “Guardai,
pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para
sempre”. - RA.
Todos os judeus do sexo masculino que vivessem em Jerusalém ou nas
proximidades, precisavam fazer-se presentes à festa da Páscoa, a
menos que estivessem fisicamente incapacitados de fazê-lo. Muitos
judeus da diáspora, bem como prosélitos e tementes a Deus, também
participavam dessa festa. Jerusalém transbordava com as imensas
multidões que se reuniam para essa celebração.
O
Pentecostes também era uma importante festa religiosa nos dias do
Novo Testamento. Durante o período intertestamentário, essa festa
passou a ser celebrada como o aniversário da outorga da Lei de
Moisés. Veja em Êxodo, capítulo 19. Na comunidade judaica a Lei e
sua observância serviam de poderosa força unificadora. Os judeus
consideravam a lei como o maior dom que Deus lhe proporcionara. Leiam
os Salmos 1, 19 e 119. Tal festa foi chamada Pentecoste, uma palavra
que significa cinqüenta, por ser observada cinqüenta dias após a
Páscoa.
Continua
no próximo post.
Nenhum comentário:
Postar um comentário