O
pecado pode ser definido como a desobediência e como o fracasso, por
não conformar-se às leis dadas por Deus, a fim de orientar as Suas
criaturas racionais. Visto que a lei de Deus é uma expressão de sua
natureza moral, o homem deve moldar-se a essa lei, a fim de agradar a
santa pessoa divina. A Bíblia revela claramente para nós a
realidade do pecado, bem como a sua origem, natureza, consequências
e cura. Todos esses aspectos do pecado serão abordados enquanto
formos avançando neste estudo.
Conforme
vimos anteriormente, o homem é uma criatura racional. Assim ele deve
saber que é culpado de pecado se: 1) fizer aquilo que não deve
fazer; 2) não fizer aquilo que deve fazer; 3) for aquilo que não
deve ser, ou 4) não for aquilo que deve ser. Há muitas provas sobre
a realidade do pecado. A primeira delas encontra-se na Bíblia.
O
Pecado Visto nas Provas bíblicas. O pecado é um dos
principais assuntos encontrados na Bíblia. O terceiro capítulo do
livro de Gênesis registra a primeira vez que o homem pecou. O quarto
capítulo desse livro continua a narrativa dizendo-nos como o
problema continuou a afetar o filho dos nossos primeiros pais. Nessa
altura dos acontecimentos, Deus fez um comovente apelo a Caim: “…
eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a
ti cumpre dominá-lo” (Gênesis 4.7). Caim, entretanto
sucumbiu diante de seus sentimentos de inveja, ódio e rebelião e,
por causa disso, matou o seu próprio irmão.
Por
muitas e muitas vezes, encontramos o problema do pecado, quando lemos
as Escrituras Sagradas. Deus deu a Lei escrita para guiar o seu povo
no começo da experiência dos israelitas (Veja em Êxodo 20.1-17).
Ele também instruiu a Moisés em todos os preceitos destinados a Seu
povo, e disse claramente como o pecado poderia ser expiado,
orientando o povo de Israel a oferecer os sacrifícios apropriados
pelos pecados por eles cometidos. (Veja em Levítico capítulos 4 a
7). Ele chegou até mesmo a determinar um dia a cada ano em que a
nação inteira de Israel deveria cuidar do problema do pecado (ver
Levítico capítulo 16). Os primeiros cinco livros do Antigo
Testamento são chamados de livros da Lei, porquanto contêm todos os
mandamentos de Deus para o Seu povo, sobre como deveriam viver
santamente, além de conterem as Suas instruções para o recebimento
do perdão pelos pecados.
Os
livros históricos de Josué até Ester, registram o trágico
fracasso do povo de Israel, por não haver obedecido aos mandamentos
do Senhor. Esses livros mostram o desvio, a desobediência, a
obstinação e a rebeldia de Israel contra Deus e as Suas leis.
O
salmista exprimiu tristeza por causa do seu pecado, dizendo: “Tem
misericórdia de mim, ó Deus... apaga as minhas transgressões.
Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu
pecado... eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu
minha mãe” (Salmo 51.1,2,5). Os profetas clamaram contra o
pecado que levou à queda de Israel (Ezequiel 23; Jeremias 5; Daniel
9.1-23).
O
Novo Testamento relata a traição de Judas Iscariotes (Mateus
26.14-16). Retrata os sofrimentos de nosso Salvador, o qual tomou
sobre Si mesmo o pecado do mundo (Lucas 22.39-44; João 19.1-3,18).
Ali é descrito o plano indigno de Ananias e Safira (Atos 5.1-11). E
também uma das mais vívidas evidências do pecado acha-se
registrada em Romanos 1.28-32. Ali o caminho do pecado é descrito
como segue:
“E,
como eles não se importaram de ter o conhecimento de Deus. Assim
Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que
não convém; Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição,
malícia, avareza e maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de
Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males,
desobedientes aos pais e as mães, néscios, infiéis nos contratos,
sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia. Os
quais, conhecendo eles a justiça de Deus, de que são passíveis de
morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também
consentem aos que o fazem”.
O
pecado visto na necessidade de governo.
Não somente a Bíblia apresenta-nos muitos exemplos acerca da
realidade do pecado, como também provê evidências, através da
inevitável necessidade da sociedade ser governada. Lemos em Juízes
21.25: “Naqueles dias não havia rei em Israel: porém cada
um fazia o que parecia reto aos seus olhos”.
Até aquele tempo, Deus vinha usando juízes para dirigir os
israelitas, de acordo com as Suas orientações. Porém, no oitavo
capítulo de 1 Samuel descobrimos que os israelitas pediram a Samuel
que nomeasse para eles um rei. Os israelitas queriam ter o mesmo tipo
de governo, que tinham todas as nações em derredor (veja 1 Samuel
8,7:
“Disse
o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois
não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele” -
RA).
Visto que o povo de Deus não estava disposto a obedecer-Lhe, eles
precisavam de governantes humanos.
Algumas
vezes, as pessoas sonham com um meio ambiente que chamam de utopia,
isto é, um lugar ou estado ideal, onde imperam a justiça perfeita e
a harmonia social. Nesse estado utópico, cada qual ocupa-se com os
seus próprios negócios, contribui alegremente para o bem estar dos
outros e desfruta das coisas boas da vida ao máximo. No entanto,
neste mundo é impossível uma sociedade tipo utopia. Os seres
humanos são egoístas e rebeldes por natureza. O pecado é uma
grande realidade da vida, que temos de enfrentar diariamente, ninguém
escapa dos seus efeitos. As trágicas consequências do pecado são
noticiadas pelos jornais, pelo rádio, pela televisão, em revistas,
etc. Indicando claramente a necessidade da nossa sociedade ser
controlada pelo governo humano.
O
pecado é uma realidade. Não resulta da superstição nem da falta
de educação. Resulta da natureza dos homens e das mulheres, que
vivem de modo contrário às leis de Deus e de conformidade com os
seus próprios maus desejos.
Continua
no próximo post.
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